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Dia do índio. É para comemorar?

Em 19/04/2021 às 07:53:57

No Brasil, costumeiramente, 19 de Abril é conhecido como Dia Do Índio. Se para os povos originários do país, a data não tem motivo de comemoração, para os povos como Uru-eu-wau-wau de Rondônia, Apurinã, Jamamadi, Guarani Kaiowá e Terena, por exemplo, são ainda pior quando lembram o aumento de mais de 150% de crimes contra seus líderes até sem solução. O dia é para ser uma reflexão sobre o quanto o país massacra seus povos desde 1500. Isso nunca foi contabilizado. Perderam terras, perderam líderes, perderam dignidade, perderam sua paz e agora perdem sua existência.

Poderiam gritar: Eu também sou filho de Deus, quer dizer Tupã! Não quero saber de teste de DNA. A Funai, órgão que sempre esteva ao lado dos nossos índios, foi totalmente desarticulada e desmantelada durante este governo. O ódio que o nosso presidente já se manifestou contra os povos em discursos é clara. Quem não se lembra de “Não vamos ter mais demarcações!” ou até nas falas de reverter as antigas demarcações. Isso tudo para privilegiar grandes fazendeiros que querem transformar a Amazônia em pasto e retirar, através dos madeireiros todas as toras mais preciosas, enquanto garimpeiros fazem a limpa no que podem. Nesse ínterim, não só provocam os mais variados assassinatos de grupos indígenas, como provocam deliberadamente à contaminação de COVID as comunidades.

Tudo por ganância. Afinal, a FUNAI é hoje gerenciada por ruralistas. A quem vão privilegiar? Mas não contava com o olhar atento da sociedade. O período de devastação da Amazônia e Pantanal, foi muito mal vista no Brasil e no exterior. Felizmente, com a derrota do neofascista Trump, a política predatória e extremista teve seu maior revés, e seu aliado-mor, perdeu a capacidade de por em prática a devastação do pulmão do mundo. Neste momento, com os mais de 100 pedidos de impeachment no Brasil e no exterior, o genocídio praticado por este governo, lançou uma luz de órgãos internacionais pelas matas e povos originários muito maior, fazendo com que não só retiraram apoio financeiro, como estão articulando como intervir por aqui.

Raoni seguiu anos a fio pelo mundo denunciando as políticas predatórias do nosso país. Hoje a luta é inglória, com um governo genocida. Em pleno Dia do Índio, garimpeiros irão fazer uma marcha em Brasília para liberarem mais terras para ganancia. Somente nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza, foram observados 219,82 hectares de desmatamento para realização da atividade garimpeira. Tudo protegido pela administração de Ricardo Salles, denunciado por Alexandre Saraiva de crimes de advocacia administrativa, organização criminosa e o crime de dificultar a ação de fiscalização ambiental. Mas a “passada de boiada”, de um gestor que mal conhece a história de Chico Mendes, foi abençoada pelo Presidente da República, que tem verdadeira repulsa pelas minorias, principalmente indígenas.

Hoje também se comemora o Dia do Exército. Qual das duas comemorações o governo vai exaltar? Alguma dúvida? Enquanto devíamos ter um mínimo de Marechal Rondon nos corações, que misturaria as duas comemorações, Bolsonaro certamente vai lembrar de seu ídolo maior, o torturador Ustra. Que país é esse que exalta um torturador? Que país é esse que elege uma figura genocida ao poder? Que país é esse que acha certo devastar a Amazônia e ser apontada como uma das responsáveis pelo aceleramento do aquecimento global?

Por isso, o melhor texto do dia é: Todo dia era dia de índio. Mas agora eles tem só um dia. Um dia dezenove de abril. Nde reju che aju haguégui.

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